O pastor Everson Marcos, candidato do PSDB à Câmara de São Paulo, estima obter cerca de 160 votos por congregação visitada. “Entre ministrações e visitas, pretendo ir à 400 igrejas até o final da campanha”, diz.
De acordo com sua estimativa, isso renderia algo em torno de 64 mil votos, o suficiente para que ele se eleja –em 2008 um candidato precisou de 25 mil votos em média para conseguir uma vaga na câmara.
‘Profetinha’ na saída do culto
“Na nossa igreja é bem aberto. Temos base bíblica para ensinar nossos membros, temos credibilidade para orientá-los. Faço campanha abertamente na minha igreja. Somos uma família”, diz a missionária Edilaine Pires, da Catedral da Benção, que disputa pela primeira vez uma vaga na câmara pelo PSDB –ela se filiou no final de 2011, com o intuito de se candidatar este ano.
Segundo ela, algumas congregações, no entanto, não enxergam com bons olhos a prática de propaganda eleitoral dentro da igreja. “Existem correntes evangélicas que ainda têm uma visão muito estreita da política”, afirma. Nesses casos, Edilaine diz que distribui o seu “profetinha [como é chamado pelos evangélicos o santinho de campanha]” na saída dos cultos.
Comício na igreja
“Eu acho que o pastor candidato deveria afastar-se do cargo de sacerdote para fazer campanha”, diz o vereador paulistano Carlos Apolinário (DEM), membro da bancada evangélica da câmara e ligado à Assembleia de Deus. “Quando deixar de ser político volta a ser pastor.”
Bispo Gê, presidente da Igreja Renascer em Cristo e ex-deputado federal e estadual, diz não achar “que o altar deva ser usado para a política”. “Na minha igreja nunca precisei pedir voto, porque sabendo que sou candidato, os fiéis votavam em mim porque me conheciam, sabiam do meu trabalho, e podiam escolher me apoiar ou não.”
Bancada evangélica
Atualmente a bancada evangélica na Câmara de São Paulo conta com seis vereadores –11% do total. São eles: Atílio Francisco (PRB), Souza Santos (PSD), Noemi Nonato (PSB), Marta Costa (PSD), David Soares (PSD) e Apolinário. Com exceção do último, todos os demais tentarão se reeleger neste ano.
Alguns vão contar com o empenho dos pais para arrematar votos na corrida eleitoral. É o caso da parlamentar Marta Costa (PSD), filha do pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Assembleia de Deus, e David Soares (PSD) filho de R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça.
0 comentários:
Postar um comentário